Qual o meu lugar no mundo?


Uma das coisas mais ‘jecas’ que pode existir em um planeta é você ficar falando o tempo todo como se não tivesse nascido e crescido em um certo lugar (especialmente se você morou em outro lugar). Ao mesmo tempo que isso é brega, o fato de você não se sentir parte e até se recusar (conscientemente ou não) a criar laços com a sua terra e sua cultura é algo que pode acontecer. Eu sempre me senti assim, então sou, ao mesmo tempo: jeca e brega, além de particularmente ridícula aos olhos das poucas pessoas que permito criar algum vínculo (geralmente temporário).

Eu acredito que não se sentir parte de algum lugar é um tipo de experiência cognitiva criada a partir de vários pedacinhos da sua vida que vão se colocando até formar um desvio, no seu cérebro, que te impede a querer continuar onde sempre esteve. Eu já falei sobre isso aqui, sobre o dekasseguis (seres perdidos entre duas culturas), que sofrem com as dissonâncias entre o país que saiu – no caso o Brasil – e o país que escolheram viver (e vice-versa). Aos 51 anos continuo me sentindo fora do meu lugar, do mundo que gostaria de estar vivendo, mas que, na verdade, não existe. Minha última esperança é a Finlândia, para onde nunca irei.

E você, acha que pertence a este mundo?

Qual o meu lugar no mundo?

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